Salmo 6.1-10
Existem
dias em que nos lamentamos. Lamentamos pela nossa vida, por aquilo que gostaríamos
de ter feito, ter sido ou até mesmo de não ter feito nem sido. Lamentamos por
ter ido ou deixado de ir. Tantas proposições existem para se lamentar... Fazemos
como o salmo: inundamos nossa cama, nosso travesseiro com nossas lágrimas. Lagrimas
que muitas vezes cegam as lições que precisamos aprender. Gosto demais desse
salmo porque parece que Davi, que foi quem o escreveu, aprende uma dura lição:
a de Deus usar seus adversários para discipliná-lo. Ele então suplica por
livramento, lamentando o que vem sofrendo e dando um aviso aos seus inimigos – Deus
vai ouvir a oração que ele está fazendo. Quando nos lamentamos, também perguntamos
a Deus até quando irá nossa disciplina ou nosso sofrimento. Esquecemos o Deus
gracioso que se compadece de nós ainda que o momento pareça tão terrível. Esquecemos
de louvá-lo, pois, como o próprio salmo diz – só os vivos podem dar graças a
Deus, ainda que muitas vezes nossa vontade seja de desistir e morrer. Aquieta-me
também saber que Davi, mesmo sendo um “homem segundo o coração de Deus” (At
13.22), nunca hesitou em revelar ao Pai suas emoções e fraquezas – quando mais
seus lamentos. Assim devemos ser também. Sentir-se vulnerável é uma lição difícil,
mas muito proveitosa. Deus quer essa transparência em nós. Ele sabe todas as
coisas, mas porque quer ter intimidade conosco, espera de nós a prática dessa
vulnerabilidade, ainda que sejamos “lamentadores de plantão”. Se hoje as
lágrimas estão sendo sua companhia, lembre-se desse rei que teve os olhos
consumidos de tristeza, mas a certeza de que Deus ouviu sua súplica. Assim será
com você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário