O Espírito que Preenche

Isaías 44.1-6

No mundo não podemos ter muitas certezas – a única coisa realmente certa é que Deus está presente em nosso meio. Ele prometeu a Jacó que estaria com ele onde quer que estivesse (Gn 28.15) – estendeu essa promessa aos seus descendentes, o povo de Israel. Hoje, por meio de Jesus Cristo, essa promessa não está restrita a um povo, mas vale para todo aquele que crer no Filho de Deus. No texto em destaque, Deus prometeu a Israel que derramaria o seu Espírito sobre seus descendentes. Isto se cumpriu em Atos 2, e a partir daquele evento todo aquele que decide seguir a Cristo recebe o Espírito Santo.

Imaginemos os cristãos como copos vazios. Quando Deus derrama sobre eles o seu Espírito, significa que os está preenchendo com a sua presença. Quando isso acontece, eles não precisam mais buscar as coisas que o mundo oferece e que não agradam a Deus, pois a presença do Senhor em sua vida é suficiente.

Existem tantas pessoas que vivem em miséria espiritual por tentarem preencher o seu vazio com coisas que, ao invés de saciar, acabam dando mais sede. Não sabem que Deus é a fonte da única “água” que verdadeiramente satisfaz a nossa sede espiritual. Quando somos preenchidos com a sua presença, ficamos satisfeitos. Todas as pessoas buscam de uma maneira ou outra essa satisfação. Quem não quer encontrar um amor perfeito, uma paz verdadeira, uma alegria infinita? Mas isso somente será possível quando buscamos viver na presença de Deus. Quando seu Espírito habita em nós, Ele desenvolve seu fruto (qualidades necessárias a cada cristão) e torna a vida completa. Então, peça a Deus que, por meio de seu Espírito, preencha a sua vida com a sua presença.

Esqueça!

Isaías 43.18-25

Nossa memória é uma maravilha da Criação, mas às vezes ela também nos passa uma rasteira. Dia desses esqueci de novo uma coisa importante e – é claro – o resultado trouxe alguns inconvenientes.

Esquecer sempre é ruim – ou não? Pois é: nem sempre!

Assim, quando Deus resolve esquecer, isso pode ser muito bom.

Bom? Então seria bom se Deus nos esquecesse? Não – não foi isso que eu disse. Aliás, Deus prometeu que nunca se esqueceria de nós (veja Is 49.15). Estou falando de um outro esquecimento. Você já deve ter passado por aquele alivio quando alguém lhe diz “ora, esqueça” a respeito de alguma divida ou obrigação sua. A tal pessoa decidiu, por bondade, assumir ela mesma o ônus que cabia a você e liquidou o assunto – e não haveria mais razão para pensar nele, nem para você nem para ela.

Em escala muito maior este é o tipo de esquecimento bom que Deus nos oferece. No texto da Bíblia que você leu hoje, ele age dessa forma: manda esquecer o que ficou para trás, porque Ele também não pretende lembrar-se mais de como nós o ofendemos. O motivo é que, tal como no pequeno exemplo acima, Ele mesmo, Deus, assumiu todo o nosso ônus na pessoa de Jesus Cristo: “Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados” (1 Pedro 2:24). Agora não só Ele esqueceu todas as nossas culpas, como também permite a nós esquecê-las e viver em paz com Ele, seguindo o exemplo do apóstolo Paulo quando diz: “esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:13b-14).

Pare de cansar-se carregando o peso morto da sua culpa – descarregue-a em Jesus e então use as forças que Deus lhe deu para levar uma vida que vale a pena – de acordo com os propósitos dEle.

Deus Cuida!

Isaías 40.6-11

O profeta convida a fazermos parte da nova aliança com Deus. Uma aliança que mostra a vida humana, apesar de não passar de uma relva que murcha com o vento, tem muito valor para o Criador. Deus propõe-nos uma aliança que transforma os relacionamentos e torna a vida mais digna. O plano de Deus atrai as pessoas porque nEle elas enxergam o verdadeiro projeto para a vida, a realização da história de cada ser humano Deus é o nosso pastor.

Sábio é aquele que procura a Deus, converte-se a Ele, obedece aos seus mandamentos, anda em seu caminho, ouve a sua palavra e torna-se seu aliado na nobre tarefa de divulgação do seu amor. É tempo de dizer “aqui está o seu Deus”. Mas somente realiza esse projeto quem realmente acredita no amor e no cuidado de Deus. Todos desejam ser amparados. Sentimo-nos realizados quando nos achamos em segurança. E a segurança é o objetivo do cuidado. Somente Deus pode nos cuidar com toda a segurança. Isto é evidente em nossos relacionamentos. Sabemos que as nossas amizades e demais contatos humanos precisam de cuidado. É preciso cuidado quando estamos no trabalho (com os colegas, chefes e empregados). É preciso cuidado quando estamos em casa (no casamento, com os filhos, pais e parentes). É preciso cuidado quando estamos na igreja (entre os irmãos, nos cultos, nos eventos). É preciso cuidado no relacionamento com nós mesmos, com nosso jeito de ser, de sentir, de falar, de agir, com o nosso corpo e em nossa intimidade com Deus. Este é o “produto” que desejamos: cuidado. Contudo, somente em Deus podemos encontrar o cuidado absoluto, pois somente Ele conhece profundamente os perigos que enfrentamos. A Bíblia ressalta que Deus é o nosso pastor, é Ele quem nos direciona às águas tranqüilas e ao local de descanso. Deus cuida!

Propósito

Isaías 14.24-27

Inspirado por Deus, o profeta Isaías transmitiu o juramento divino: a Assíria e a Babilônia, nações que naquele momento eram usadas por Deus para disciplinar os israelitas, povo desobediente e infiel, seriam castigadas e destruídas. O Senhor garantiu que o inimigo devastador seria punido: “Como planejei, assim acontecerá” (v.24). Muito tempo passou e então aconteceu como predito! Tudo fazia parte do programa divino – veja no versículo em destaque que Deus tinha boas razões para agir de tal maneira, colocando em prática seu plano para Israel.

Dificilmente entendemos o propósito de Deus logo que algo acontece. Até hoje não vejo a razão de um acidente de trânsito causado pela falta de atenção do outro motorista. Será que foi para que ele aprendesse a dirigir com mais cuidado? Um dia saberemos. Não conhecemos todos os propósitos de Deus, mas na Bíblia encontramos alguns deles. Por exemplo, Ele “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). Deus quer que ninguém vá para o inferno, pois ama o mundo inteiro (Jo 3.16). sua vontade é que toda a humanidade conheça Jesus e tenha um relacionamento autêntico com Ele, agora e para sempre. Além disso, Deus tem um propósito claro para a vida de cada cristão: “e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra" (Atos 1:8b). Quem já conhece Jesus tem o privilégio de anunciar que todos podem viver eternamente com Deus, se assim decidirem.

Quando compreendemos que Deus tem um propósito em tudo que faz (Pv. 16.4ª), reconhecemos que estamos seguindo seus planos também quando Ele nos faz andar por caminhos difíceis – problemas, mudanças inesperadas, sofrimento. Então, sejam quais forem as circunstâncias, decida viver segundo o propósito de Deus!

Convites

Isaías 1.18-20

Num daqueles encontros de ex-alunos de escola que costumam realizar-se de vez em quando, um dos presentes trouxe um exemplar do velho convite de formatura e o releu para a turma como lembrança dos velhos tempos. Pedia-se ali que o convidado confirmasse a aceitação do convite, ou seja, de que pretendia comparecer ao evento.

No meio dessas lembranças, alguém aproveitou para recordar um outro grande convite que recebera muitos anos atrás – um convite muito especial, oferecido pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Dizia assim: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30)

O ex-aluno contou então que aceitara aquele grande convite e que sua  resposta fez muito bem à sua vida, já que esses cuidados que Jesus prometeu se cumpriram para ele em forma de paz, bênçãos e uma feliz comunhão com Deus. Além disso, passou também a desfrutar da comunhão com os demais cristãos, experimentando fraternidade, amor, harmonia e compreensão no lar e na comunidade. Note, que esse convite de Jesus é para “todos”, ou seja, para você também! O Senhor nosso Deus quer lhe dar a vida eterna e alívio para suas cargas e preocupações, conforme diz também esse outro convite que você encontra na leitura do texto em destaque. “Reflita”, aconselha Deus ali, e veja se atender ao seu convite não seria melhor coisa que você poderia fazer agora.

A oferta é grandiosa: nada menos que uma completa restauração de vida, em paz com o Criador, por pior que ela esteja agora.

Refletiu? Que tal então dizer a Jesus que você aceita seu convite e entrega sua vida em suas mãos para Ele fazer dela o que quiser – inclusive estendê-la até a eternidade?

Nova Chance

Mateus 26.17-25

Quando leio o texto em destaque, lembro que Judas caminhou com Jesus por tanto tempo e, mesmo assim, entregou seu Mestre aos que queriam matá-lo. Também me desafia o fato de Jesus compartilhar com o traidor aquela refeição tão importante. A ceia da amizade e do prenúncio da morte do Salvador assumia, naquele momento, outro tom. Era como dizer: “Há um traidor entre nós – alguém que parece ter os mesmos interesses de todos mas, no fundo, tudo o que faz é visando apenas a si mesmo”. Para Jesus, havia a expectativa de sofrimento e morte pelos pecados da humanidade para proporcionar vida eterna. Será que alguém ficou perplexo com a tranqüilidade de Judas em cear junto com todos e logo depois entregar Cristo por um valor irrisório para um ato tão hediondo? Ao cair em si, todavia, Judas não se arrependeu do ato – sentiu remorso, apenas. Em sua insensatez, pareceu-lhe único o caminho do suicídio (Mt 27.3-5). E pensar que Jesus esteve sempre ali, pronto para ouvir, atender, restaurar. Ele perdoou a tantos, restaurou a Pedro, atendeu às duvidas de Tomé, manifestou-se aos seus amigos - discípulos medrosos e covardes, derramou-lhes o Espírito Santo. Mas a Judas restou a auto exclusão do grupo e da existência, que já não mais lhe cabiam.

Judas é a figura do pseudo discípulo, do desperdício da grande oportunidade de deixar-se transformar pela proximidade com o Mestre e, no entanto, tão longe? Já andou com Ele e conheceu a paz que Ele traz mas, por alguma razão, afastou-se do Mestre e teme não ser mais aceito? Não importa a que distância de Deus você esteja, há sempre a chance de voltar para aos braços eternamente acolhedores de Deus. Ele o receberá como o pai do filho perdido (veja o versículo em destaque). Venha correndo!

Amor Prático

Mateus 25.31-46

Ouve-se muito hoje a expressão “fazer amor”, com o significado do ato sexual, e em grande parte a idéia de amor se confunde com essa área da vida. Mas amor é muito mais – é aquele impulso de querer beneficiar o próximo, e quem melhor demonstrou como se faz isso foi o nosso Senhor Jesus Cristo – e Ele continua a fazê-lo até hoje, pois “é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hb 13.8). Ele colocou o amor em prática quando saciou a fome de mais de 5 mil pessoas e quando curou todos aqueles enfermos. Acima de tudo, porém, demonstrou amor quando morreu na cruz para nos reconciliar com Deus. Seu amor se estende a você e a mim todos os dias ao nos perdoar e esquecer nossas transgressões. No texto em destaque, Jesus fala da via inversa – de como nós podemos oferecer amor ao nosso próximo e ao próprio Deus. Esse amor prático, com que Deus – o amor em pessoa (1 Jo 4.8) – capacita quem lhe entrega o comando da vida, é a grande carência no mundo em que vivemos. O amor estabelece paz, e quando assim procuramos o caminho da pacificação, seremos com justiça chamados de filhos de Deus (Mt 5.9). Praticar amor é ajudar o próximo a sair do fundo do poço auxiliando-o a ganhar firmeza mostrando-lhe, o caminho da vida verdadeira. É olhar nos olhos de quem a sociedade excluiu e dizer: “Você tem jeito porque Deus o ama”. Quando repreendemos nossos filhos em seus erros praticamos amor ao corrigi-los em vez de encobrir seus erros. Amor prático é fazer crescer dentro de nós e dos outros a fé que alimenta a esperança da vida eterna livre de morte, tristeza, choro e dor. No mais, todos os outros tipos de amor de que tanto se fala por ai também serão muito bons se forem reflexos do verdadeiro amor que Deus quer derramar em nós se nos abrirmos a Ele.

Talentos

Mateus 25.14-30

Esta é uma das mais conhecidas parábolas (histórias que Jesus contou para ensinar algo) e, assim mesmo, nem rodos entendem. Há quem ache injusto o Senhor ter tirado o talento daquele que só tinha um e dado ao que já tinha dez. outros acham injusto um ter recebido cinco talentos, outro dois e o terceiro apenas um.

Mas o que, afinal de contas, é um talento? Originalmente talento era uma unidade de peso; depois passou a ser uma unidade monetária, ou seja, seis mil denários. Um denário, por sua vez, era o salário de um dia de um trabalhador. Um talento, portanto, equivalia ao trabalho de um homem por mais ou menos 18 anos.

O que, no entanto, Jesus queria ensinar com essa parábola? Uns entendem que Ele se referia às habilidades com que servimos a Deus, sejam naturais ou espirituais. Outros crêem que se trata de oportunidades que Deus nos dá para servi-lo. Seja como for, a vida humana é muito dinâmica, e cada um recebe habilidades e oportunidades diferentes na vida. O mais importante não é o que significam os talentos na parábola, mas a lição que está por trás, o que Jesus queria ensinar aos seus discípulos por meio dela.

Percebemos claramente que o importante não é quantos talentos uma pessoa recebeu, mas o que fez com eles. Para nós isso significa que vamos ter de prestar contas a Deus pela forma como lidamos com os talentos que Ele nos confia. Ou seja, quando Jesus voltar, todos terão de prestar contas da sua vida a Ele. a uns o Senhor dirá: “Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu Senhor”. a outros, infelizmente, dirá: “Servo mau e negligente... você deveria ter confiado o meu denheiro aos banqueiros... tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez”.

O primeiro e maior “talento” que Deus nos deu é a própria vida, e é essencial dedicá-la a Ele, que a criou e a quem ela pertence.

Livro Velho?

Mateus 24.35

Há quem pense não fazer sentido ler a Bíblia e seguir suas orientações, pois para elas é um livro antigo demais e sua mensagem não poderia ser aplicada em nosso contexto atual. É verdade que alguns livros muito antigos têm de ser atualizados para que possam ser compreendidos. Por que com a Bíblia seria diferente? Será que sua mensagem ainda vale num mundo pós-moderno?

A Palavra de Deus não é um simples livro, mas uma coleção de livros reunidos pelo Senhor. Seu conteúdo não é formado de meras palavras, mas da Palavra inspirada por Deus a homens comprometidos com Ele e com o registro verdadeiro do que Deus disse e fez. Não é possível ler a Bíblia como se lê um livro científico ou de ficção; sua mensagem toca profundamente qualquer leitor, pois é Deus falando com o homem. Ela é viva e eficaz (Hb 4.12a). Seus ensinos tiveram valor quando foram escritos e ainda são importantes em qualquer época. A Palavra de Deus nunca será ultrapassada, pois é eterna, como lemos no texto em destaque. Podemos confiar na verdade do que ali está escrito e também que suas profecias e promessas se cumprirão, pois foram ditas pelo próprio Deus. Toda criação de Deus pode passar, mas sua Palavra permanece! Podemos não encontrar nela referências a problemas contemporâneos como o “ficar” (namoro sem compromisso), que ainda não existia quando a Bíblia foi escrita. Porém, temos a orientação segura quando conhecemos o conteúdo geral da Bíblia e o aplicamos a estas situações atuais. Se não há uma proibição especifica, podemos nos perguntar: “O que Cristo faria em meu lugar?” Quem conhece Jesus saberá a resposta. Vale a pena crer na Bíblia, estudá-la e segui-la. Fazendo isso, temos a convicção de que cremos em palavras divinas e eternas, que podem ser adaptadas a épocas tão diferentes sem nunca perder seu valor.

Mais Presídios

Mateus 24.6-13

“Quando os ímpios sobem ao poder, o povo se esconde” (Pv 28.28); “O rei que exerce a justiça dá estabilidade ao país, mas o que gosta de suborno o leva à ruína” (Pv 29.4); “os violentos odeiam os honestos e procuram matar o homem íntegro” (Pv 29.10); A justiça retrocede e a retidão fica à distância, pois a verdade caiu na praça e a honestidade não consegue entrar. Não se acha a verdade em parte alguma, e quem evita o mal é vitima de saque” (Is 59.14-15). Estes textos bíblicos são antigos mas podem muito bem retratar a sociedade em que vivemos. Qual a causa de tanta maldade? E o que podemos fazer para solucionar este problema? Muitas pessoas vão dizer que é necessário construir mais presídios. Tenho em minhas mãos um jornal no qual um governador disse que em seu tempo de governo construiu onze presídios de segurança máxima e ampliou outros sete. Deste modo, segundo ele, foram criadas mais de onze mil vagas. Nestas construções e ampliações foram gastos pouco mais de 90 milhões de reais. Mas será que adianta investir tanto dinheiro em presídios? Isso diminuirá o mal ou deterá o que podemos chamar de “industria do pecado”?

O aumento da maldade no fim dos tempos foi anunciado por Jesus no texto em destaque. Ele não é conseqüência do crescimento numérico da população, nem do desenvolvimento tecnológico, mas tem a ver com o relacionamento – ou a ausência dele – do homem com Deus. As construções de presídios ainda que necessárias, infelizmente não resolvem o problema do mal. A única solução é a nova vida oferecida por Jesus. Seu sacrifício na cruz é o único modo de nos libertarmos do poder do pecado, deixando de ser escravos deste para servir a Deus. Num mundo tão mau e violento, escolha seguir Jesus e passe a praticar o bem, por amor e obediência a Deus.

Pintinhos

Mateus 23.37-39

Quando eu era criança, participava do culto infantil na minha comunidade. Uma história me marcou de maneira especial. Ela falava a respeito a uma galinha que estava com os seus pintinhos numa mata com muitas folhas secas. Uma pessoa passou por aquele lugar e colocou fogo em algumas folhas. As chamas logo se espalharam e incendiaram tudo. A galinha,muito assustada, quis guiar seus filhotes para um lugar seguro, mas pelo fato de eles serem muito pequenos, não conseguiram seguir sua mãe. A galinha, vendo-se cercada pelo fogo, reuniu todos os seus filhotes debaixo das suas asas enquanto o fogo tomava conta do ambiente. Pouco tempo depois passou alguém por aquele lugar e viu aquela cena estranha, uma galinha morta, queimada pelo fogo. Sua surpresa foi muito grande ao ver que debaixo dela estavam diversos pintinhos que não haviam sofrido queimadura alguma.

Não sei se essa história é real. Contudo, ela nos serve de ilustração para aquilo que Jesus fez por mim e por você, quando na cruz morreu pelos nossos pecados. Jesus morreu a nossa morte para que nós pudéssemos ter vida plena (Jo 10.10).

O que vamos fazer com a vida que Cristo conquistou para nós é decisão nossa. Conforme vimos na leitura do texto em destaque, é possível rejeitar aquilo que Jesus Cristo nos oferece. Mas como é feliz aquele que consegue enxergar o grande amor de Jesus e corre para debaixo das suas “asas”. Como você tem se posicionado diante do amor de Jesus? Lembre-se “não há salvação em nenhum outro, pois debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4.12)

Aparência

Mateus 23.23-28

Em uma tribo africana existe um provérbio de apenas duas palavras: “Aananken amman”. Segundo um missionário que trabalhou naquele local, ele significa: “não julgue a sabedoria de um homem pelos seus cabelos brancos, mas pela verdade em suas palavras”. É interessante como duas palavras podem conter uma frase tão grande e uma importante verdade. Não podemos mesmo dar crédito a alguém apenas sua aparência.

Os fariseus eram respeitados como pessoa consagradas a Deus, pois cumpriam suas obrigações: ajudavam os pobres, faziam jejum, davam o dízimo. Eram bonitos por fora, mas por dentro estavam cheios de todo tipo de impureza. O coração deles estava tomado de maldade e arrogância. Jesus disse: “Vocês coam um mosquito e engolem um camelo”, ou seja, cuidavam em cumprir os pequenos detalhes da Lei, mas não se importavam ao cometer grandes maldades, negligenciando os mandamentos mais importantes.

Este é um perigo que todos nós corremos. Podemos ser diligentes em fazer algumas coisas com a maior perfeição e ao mesmo tempo esquecer outras muito importante, como a justiça, a necessidade de ser fiel a Deus e a prática da misericórdia para com o próximo.

Jesus também disse aos fariseus: “Vocês limpam o exterior do corpo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça”. Como eles, também podemos ter um cuidado maior com a aparência, esquecendo nosso verdadeiro interior. O ensinamento de Jesus é que a limpeza deve começar por dentro, na mente. Se estivermos puros internamente, nossa aparência externa vai refletir isso e terá uma beleza real. É o cuidado com o nosso mundo interior que nos faz realmente sábios, pois nossa boca fala a verdade e promove a paz. É um remédio que faz até nosso corpo se tornar mais saudável: “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida”. (Pv 4.23)

Chamada

Mateus 22.1-14

Em certa ocasião eu estava em um aeroporto esperando a hora do embarque. Enquanto isso, observava o comportamento dos passageiros que se preparavam para voar. Uns se despediam de familiares, outros procuravam documentos e alguns carregavam muitas malas. Também pude observar que um funcionário do aeroporto chamava pelo microfone o nome de determinado passageiro. Foram varias chamadas, mas ele não aparecia. Então veio a ultima: “Senhor fulano, o embarque para o vôo numero tal já foi encerrado”. Logo depois o avião em que aquele passageiro deveria estar decolou. Quando ele se deu por conta e apareceu, já era tarde demais. Na leitura de hoje, Mateus escreve sobre uma parábola que Jesus contou. Um rei preparou em banquete de casamento para seu filho e mandou chamar os convidados, mas estes, por motivos diversos, não quiseram comparecer. Fez uma segunda tentativa, que novamente fracassou. Então mandou que os servos convidassem todo tipo de pessoas que encontrassem. A sala ficou lotada de convidados e, quando o rei entrou para vê-los, percebeu que havia um homem sem o traje nupcial. Isto era considerado um menosprezo ao anfitrião e uma violação dos costumes. Ele havia aceito o convite, mas queria comparecer à festa do seu jeito e por isso teve de se retirar.

Deus, por meio de Jesus, tem chamado muitas pessoas para um relacionamento com Ele. talvez você seja uma delas. Jesus pode estar chamando por meio de algumas circunstâncias, por pessoas diferentes que falam sobre o amor de Deus, pela leitura da Bíblia ou pela participação em algum culto, por exemplo. Se isto estiver acontecendo, tenha o cuidado de não recusar o convite de Jesus, como fizeram os convidados da parábola, trocando-o por coisas sem valor eterno. Atenda ao chamado, viva de acordo com Ele e não do seu jeito e participe do banquete eterno com Jesus.

Contrastes

Mateus 20.20-28

Imagine a seguinte situação: você e seu irmão trabalham na mesma empresa. Um dia, resolvem pedir para sua mãe visitar o diretor. Durante a conversa, a mãe pede promoções altíssimas para os filhos. A situação é cômica e absurda, mas aconteceu com Jesus. No texto em destaque, lemos que os dois irmãos queriam ficar ao lado do Mestre, o que significava ter poder no Reino de Deus. Eles estavam tentando assegurar uma posição de liderança sobre os outros discípulos. Quando Jesus percebeu o conflito que a atitude daquela mãe causara, deixando os outros discípulos indignados com a proposta,explicou-lhes o contraste entre os conceitos de liderança secular e a liderança que agrada a Deus. Disse que os governantes terrenos cominam as nações e as pessoas consideradas importantes exercem poder sobre elas (v.25). mas a liderança cristã é diferente: quem quiser ser o primeiro tem que se considerar o menos importante e servir aos outros. Ela não tem a ver com poder, mas com demonstração de amor e uma influência positiva. Jesus, o líder mais importante de todos, não veio para ser servido – ao contrario, deixou-nos alguns exemplos de como servir. Quando realizou milagres, como as curas e a transformação da água em vinho, Ele serviu aos necessitados com seu amor. No dia em que lavou os pés dos discípulos, fez o que um escravo fazia. Até em sua morte na cruz Ele serviu, cumprindo a vontade de Deus para libertar-nos da escravidão à nossa tendência para o mal. Ele nos deu uma grande lição de humildade! Precisamos sempre lembrar que para entrar no Reino de Deus não precisamos ter poder, mas fé em Cristo e dedicação em segui-lo. Na eternidade, não vai importar quem foi líder e quem foi escravo, mas sim nossa resposta ao sacrifício de Jesus em nosso lugar.

Posso Perdoar?

Mateus 18.21-35

Claro que pode! Tenho escutado varias pessoas, tanto celebridades como aquelas com quem convivo, dizer: Quem sou eu para perdoar? E ainda completam: Quem perdoa é Deus. Que conversa vazia, sem sabedoria. Como é triste ouvir coisas desse tipo de gente inclusive bem instruída. No texto em destaque, Pedro, um dos discípulos de Jesus, mostra que também tinha duvidas, só que em relação aos limites do perdão. O Senhor contou-lhe então uma história para ajudar Pedro  - e nós! – a compreender melhor. Oferecer perdão é uma ordem divina e Deus nos dá capacidade para perdoar a quem quer que seja porque Ele mesmo também nos perdoou. Esse perdão, porem, precisa vir realmente do coração para restabelecer uma verdadeira convivência, pois quem não perdoa de fato vive preso a lembranças que continuam a envenenar a vida. Perdoar significa também querer continuar caminhando o mesmo caminho, receber e dar novamente o mesmo carinho, do mesmo modo, e saber viver com a cicatriz da ferida. Ela não vai atrapalhar nosso relacionamento, nem impedir-nos de amar e de sermos felizes. Esquecer é difícil, mas nem por isso vou deixar de oferecer perdão, nem permitir que o ocorrido me persiga. Todos querem o perdão de Deus, mas este só teremos se também praticarmos o perdão uns com os outros (Mt 6.14-15). Quando não conhecia Jesus, eu sofria com aborrecimentos e decepções por não conseguir perdoar ou por só fazê-lo da boca para fora, e então o ocorrido me perseguia e irritava. A prática do perdão também é um exercício para a santidade, ou seja, ela mantém desimpedido nosso acesso a Deus e a um crescente aprimoramento da nossa vida. As guerras, contendas, mortes e muitos outros males cometidos pelos homens acontecem pela falta de oferecerem perdão. Perdoe sempre, para que Deus também venha a perdoá-lo.

Amigo

Mateus 14.13-14

Você é um amigo com quem se pode contar? Eu pensava de mim que fosse, mais acabei descobrindo que não. Quantas vezes preferi as minhas necessidades as de meus amigos, não estava tão disposta a ajudá-las e até mesmo deixei-os desamparados nos momentos que mais precisavam? Sei que não sou amiga como deveria ser. Dia desses esqueci o aniversário de uma amiga muito querida e quase um mês depois escrevi pedindo perdão. Senti-me a pior amiga do mundo!

Hoje lemos que Jesus tinha bons motivos para se isolar e esquecer um pouco as pessoas. Ele tinha acabado de receber a noticia da morte trágica de João Batista. Talvez estivesse pensando em sua morte também. De qualquer forma, precisava de uma folga para ficar sozinho. Só que uma multidão descobriu onde Ele estava e o seguiu, buscando seus milagres. Não queriam consolá-lo, queriam ver seu poder. Mesmo assim, Jesus não disse: “hoje não, estou triste e cansado. Amanhã curarei vocês”. Ele teve compaixão daquelas pessoas. Mesmo sofrendo, Ele considerou o sofrimento delas mais importante que o seu. Ele as acolheu (Lc 9.11) e fez por elas o que o momento permitia – ensinou e curou. Mais tarde, quando já estava escurecendo e todos estavam famintos, também supriu suas necessidades multiplicando o alimento.

Naquele dia, milhares de pessoas souberam que Jesus é o único amigo com quem se pode contar sempre. Mesmo em um dia difícil para Ele, não abandonou aqueles que o procuraram. Na mesma situação, será que faríamos o mesmo? Ou pediríamos um tempo para assimilar as coisa e chorar um pouco? A amizade de Jesus não é limitada. Ainda hoje podemos buscá-Lo a qualquer hora, em qualquer situação. Ele nunca está ocupado demais, nem deixa para depois. Podemos contar com este amigo: Ele sempre nos atende e ajuda.

Tenha Bom Ânimo

Atos 23.9-11

Pode haver algo mais confortador do que a presença do Senhor em nossa vida? E, principalmente, quando tudo ao redor é tormenta, desordem e violência? Foi esta a situação em que Paulo se encontrava. Tudo era sombrio. Mas “na noite seguinte o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: ‘Coragem! ’” Pode até ser que o apostolo sofresse um sentimento de abandono. Aparentemente, suas súplicas não passavam do teto. O Senhor, entretanto, sabia onde ele se encontrava – e Jesus se coloca ao seu lado. Isto me faz lembrar uma frase que cantamos em nossas igrejas: “Que consolação tem meu coração, descansando no poder de Deus.” Esta presença perceptível de Jesus é sempre o melhor combustível para a fé. Bem que o Mestre diz em João 16.33: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo tenham bom animo.”

John Bunyan, o festejado autor do histórico livro “O Peregrino”, preso por causa de sua fé, certa feita recebeu a visita de alguém que, ao encontrá-lo, disse:

“Amigo, o Senhor Jesus me mandou visitá-lo para trazer uma revelação. Procurei-o em muitas prisões.”

“Impossível” retrucou Bunyan. “Se o Senhor o incumbiu de me visitar, Ele também teria lhe revelado o lugar onde me encontro, pois o Senhor sabe que estou aqui nesta prisão”.

Se você e eu, meu leitor, estamos reconciliados com Deus por meio de Jesus Cristo, somos jóias preciosas para o Senhor, e Ele sempre vai saber onde nos encontrar e virá em nosso socorro. Nós, por vezes, ficamos a nos debater em becos e precisamos voltar para o Senhor. Podemos encontrar-nos em situações sem saída em que dúvidas nos assaltam e dores as mais diversas nos sobrevêm. Tenhamos confiança, Jesus não nos abandonará. Com Davi podemos dizer: “Tal conhecimento é maravilhoso!”